Fiz uma frase mal colocada, afirma Lula após comentário sobre traficantes
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionar que os traficantes de drogas são “vítimas de usuários” durante uma coletiva de imprensa em Jacarta, ele escreveu em suas redes sociais que fez uma “frase mal colocada nesta quinta”.
“É importante esclarecer que sou firmemente contra os traficantes e o crime organizado. O que realmente vale são as ações do meu governo, como a maior operação já realizada contra o crime organizado, a apresentação da PEC da Segurança Pública ao Congresso e os recordes de apreensão de drogas no país. Permaneceremos resolutos no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado”, postou Lula no X.
Essa afirmação ocorreu enquanto o presidente respondia uma pergunta sobre os comentários recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende ações militares letais contra supostos grupos de narcotráfico fora dos Estados Unidos.
Sem mencionar Trump diretamente, Lula desaprovou a ideia de execuções extrajudiciais de indivíduos acusados de tráfico de drogas, ressaltando que líderes devem agir de forma responsável.
“Você não está no comando para matar pessoas, mas sim para detê-las. Antes de punir alguém, é necessário julgar e ter evidências. Não se pode simplesmente anunciar que invadirá outra nação. É fundamental respeitar a Constituição, a autodeterminação dos povos e a soberania territorial”, comentou.
Lula enfatizou que o Brasil está engajado no combate ao tráfico de drogas através de operações em conjunto com a Polícia Federal e com a cooperação internacional.
“Estamos colaborando com outros países, com a Interpol e forças policial para lutar contra o narcotráfico, o tráfico de armas e o contrabando. Unir forças é mais eficaz do que cada nação optar por agir sozinha”, afirmou.
Essa declaração surge em um momento de crescente tensão diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela.
Nos últimos dias, Trump reiterou que seu governo tem a intenção de atacar grupos que rotulou como “narcoterroristas” e fez uma comparação entre cartéis latino-americanos e o Estado Islâmico. Além disso, enfatizou que “não é necessário declarar guerra” para permitir operações militares contra supostos traficantes.